Monday 22 December 2008

só porque mereço

os meus neurónios vão me apertando o pescoço.
até eu dizer a verdade.

Saturday 22 November 2008

sonho americano.

Eu justifico-me

ao comer-te os abortos
que vais deixando cair pelo caminho.


Mas não há mesmo nada que entre,
Que não te saia esfarrapado.

Monday 20 October 2008

teclado ingles

Dou cabo dos olhos a olhar para o óbvio
Enquanto estrago o resto,
A desejar o impossível.

Nada me e’ fácil nestes dias.

Ninguém me bate a porta,
Ou me rouba o carro
Ninguém me incendeia a casa.

Lá fora chove qualquer coisa, mas essa qualquer coisa
evita-me.

Não esta nada fácil preencher estes dias.

Wednesday 15 October 2008

Como demolir uma casa - parte 3

A infelicidade corrompe-nos a todos,
Especialmente os ossos.

Depois a casa cai.
E eu sem saida.

Como demolir uma casa - parte 2

Se tu nao me cospes para fora,
eu arranjo maneira
de sair num espirro.

E eu sem ouvidos.

Como demolir uma casa - parte 1

Os teus dias
- felizes,
estao numerados.

E eu sem saliva.


Observa-me com uma lupa.

Thursday 9 October 2008

mais ou menos

Ela continua a enfiar os dedos nos olhos
e chorar como uma bulimica.

Monday 22 September 2008

tinhas que a comer, nao tinhas?

Olhas para o espelho
como um ateu.

Reparas inevitavelmente
que o que tu queres,
ja desapareceu.

Nao sabes se estas cansado ou contente.
Sejamos honestos:

Tambem nao me pareces muito interessado em saber.


O corpo doi-te, porque engoliste a tua propria estrela.

- Agora estas inchado.
- Agora queixas-te.
- Agora desistes.


Tiveste mesmo que a engolir.

Sunday 7 September 2008

para o meu pai, irmãos e filhos.

Recuso a admitir que o meu útero só te sirva para cá vires morrer.




O meu útero não é um cemitério de elefantes.

O meu útero não te irá dar nada .

O meu útero ira tirar o que quiser.

o meu útero tem memória.

O meu útero opina, tem sotaque, uma religião e tem dentes.

o meu útero tem vértebras e tem espinha!

(Ao contrario de mim, de ti, e de toda a gente neste barco).




Admite : Tu virás saudáveis, mas sairás doente.



Irei sugar o oxigénio do meu útero com a boca;
deixa-lo áspero frio e azul.
e raspo o que resta respirável, com as unhas.





P.S:

Mereço melhor que isto.
(Eu mereço umas férias.)

wife swap

tenho chocolate nos dedos que parece sangue seco.

Ou será :

sangue nos dedos que faz me lembrar chocolate seco ?

1 > 2

Depois de atingir o orgasmo sozinho,
não consigo confiar em ninguém durante uns tempos.

eu gosto de mim.

Mas quem és tu que ai vai vindo
alternando entre andar de pernas abertas
com o rastejando de barriga para baixo ?

se eu sou o tipo bom , o herói.
(desta merda toda)

tu, só poderás querer-me mal.

Sunday 17 August 2008

SE BALDAS ÁS AULAS , ARRISCAS-TE A CHUMBAR.

Ontem vi mais um eclipse lunar
Que deixaste escapar.

Nada melhor do que estar
Sozinho e por baixo.
Oh sim.

Despida pareces um gnomo.
E eu despido pareço o teu pote de ouro,
Que tu não proteges.
Oh não.

Não há nada melhor,
Do que te empurrar
Pelo arco-íris abaixo.

Ontem vim um eclipse lunar,
Mas não há nada a fazer.
Nem tu nem eu percebemos de astronomia.

Wednesday 13 August 2008

Verdade 200813082004

Mordo as mãos e os dentes,
mas o nosso mundo continua doente.

Mesmo despida não consegue ficar nua.

Sunday 10 August 2008

Roubaste-me

Eu abro os olhos e não consigo encontrar prazer.


Olho para o céu do meu quarto e não encontro prazer.
Espero mais uns minutos e levanto-me da cama.
Hoje está calor, mas o toque do frio nos meus pés descalços não me dão qualquer prazer.

Caminho completamente acordado até á casa de banho.
Enquanto mijo vou lavando os dentes.
São 11 da manhã e ainda não encontrei prazer.

Olho para onde foge a água do duche
e tento lembrar-me se tenho alguma coisa marcada para hoje.
Nenhuma memória me dá prazer.

Arejo a casa com o mesmo ar de sempre e como sempre nada de novo acontece.
Visto a roupa engomada que está ansiosa por sair,
mas nada diferente acontece.
Eu sinto exactamente as mesmas coisas que sentia quando estava despido.
Não sinto prazer em vestir roupa.

Deixo a porta aberta e convido as moscas a entrar.

Desço até ao café, e peço o que o homem ao meu lado está a comer.
Olho para os ponteiros do relógio e faço contas.
Compreender o relógio não me deu prazer.

Vou a qualquer lado, e durante o trajecto,
altero entre apressar o passo, ou andar devagar á espera de sentir qualquer coisa.
cansaço não é prazer.

Nada fica por tentar.
Dou moedas a quem pede,
e fico á espera do fim do dia para ver se me sinto bem.
Mas não sinto.

Telefono a alguém.

E esse vem ai.
Vamos falar e gesticular,
depois pintamos-nos com guaches, saliva e pastel
para parecermos diferentes de os de ontem.

O plano corre como tem de correr.
E acabamos por fazer coisas que nos fazem passar tempo.
E é disso que todos dizem que precisamos.
Mas não.

Não sinto o tempo a passar.
A carne dos outros ou estica e alimenta bolor
ou encolhe e foge-me.
A minha não.

Acabo sempre por adormecer e acordar
e adormecer outra vez
com a porta aberta
e as janelas raivosas a bater.

Friday 8 August 2008

Eu sou o Hugo. E venho de uma longa tradição de idiotas carrancudos. Os conjuntos de características que uma vez combinadas geram um idiota, aparentemente são invisíveis no primeiro, no segundo e provavelmente até ao quadragésimo quinto contacto social. Portanto nunca se sabe se está a trabalhar ao lado de um idiota como eu. Ou se caiu no completo abismo e levou um dos meus, ou até mesmo eu quem sabe, para casa para copular.

Eu ao escrever isto assim desta maneira dou a ideia que todos da minha família são uns completos idiotas carrancudos. Mas não são. Só os homens parecem carregar essa comicó-trágica combinação genética.

As mulheres na minha família são um caso muito diferente embora igualmente amaldiçoadas. Não sabemos até hoje quem começou o quê. Se foi de um útero estúpido que fez nascer o primeiro idiota, se foi o primeiro idiota, ou o Alfa-tio (como eu o designei quando penso nesse idiota primeiro que nunca cheguei a conhecer) que nasceu normalíssimo mas que fez qualquer coisa de muito grave (assim de repente vem me á ideia o Adão) e as suas sementes que um dia eram brancas e banais, ficaram negras e carregadas de idiotice. E sendo assim conspurcar uma inocente qualquer coisa com o perverso objectivo de fazer nascer o seu primeiro filho idiota para alimentar uma futura dinastia de idiotas.

Terei forçosamente de regressar às mulheres visto que embora eu esteja a descrever a minha existência idiota, para ser honesto, as únicas pessoas de quem conheço da minha família que mereciam algum tempo de antena, serias as mulheres.
Eu sei que todos nós temos o que merecemos, e por essa linha de pensamento as mulheres da minha família têm o que merecem ou tiveram o que mereciam. Eu digo ‘tiveram’ porque nunca os homens-idiotas da minha família parecem destinados a cumprir qualquer que seja um acordo por eles assinado. E nisto não estarei a exagerar, basta pensar em alguma coisa que pudesse ser quebrado a meio, no inicio ou no fim eles o fizeram e eu obviamente também. Para alem de que os idiotas são incapazes de exagerar. Aliás existe uma tendência natural para diminuir não para aumentar eventos. Portanto tudo o que eu descrever aqui, o senhorzinho ou a senhorazinha faça o favor de aumentar a escala.

As mulheres da minha família vêm o acto de amamentar, educar e possivelmente amar um idiota, como algo que só elas conseguirão fazer. Uma espécie de estigma ou de sindroma de Joana D’arc.

E como qualquer pessoa que realmente acredite nessa forma de psicose, realmente elas assumem essa tarefa. Mas claro primeiro existe todo um processo de ou assumir que deu á luz um idiota, ou que ficou de uma certa maneira amorosamente enganada por um idiota. Eu digo ‘amorosamente enganada’, porque já ouvi esse termo aqui em casa e em várias casas de familiares onde normalmente passo as férias de verão embora não saiba muito bem o que isso quererá dizer, mas que realmente tenho um ideia do que será enganar alguém usando o amor como álibi.

Como reconhecer que deu á luz um idiota?

A não ser que seja fruto de uma união incestuosa não existe grandes probabilidades que tenha dado á luz um idiota. Mas limpo daqui as minhas mãos ao avisar que nós somos muitos, e que desenvolvemos a arte de nos tornar estupidamente invisíveis, como parte do nosso mecanismo de sobrevivência. Ainda hoje se fala de como a minha tia Eduarda que já faleceu engravidou por acidentalmente ter usado o meu tio Joaquim como cadeira depois de ela se ter sentado para calçar as botas de trabalho que usava sempre que ia para o campo ceifar qualquer coisa. Ela nem o conhecia, nem reparou que ele ali estava. Nove meses depois nasceu um idiota de nome José. Se a minha tia Eduarda fosse viva tenho a certeza que ainda hoje amaldiçoava esse dia.

Procriar acidentalmente ou não com um idiota faz em muitos dos casos a mulher sentir-se estúpida uns minutos depois do evento ou catástrofe, dependendo de quem estará a contar a história. Se for o idiota-macho, esse acasalar é um evento digno de ser cantado visto que fechou o círculo e já pode desaparecer em paz. No caso da mulher, esse acontecimento é sem dúvida visto como uma catástrofe que terá de ser registada como quem regista doentes ou mortos numa guerra civil ou peste.

Eu sou o Hugo e eu conheço muitos idiotas.

tu cheiras mal

Moscas da cor dos meus olhos, beijam te apaixonadamente os lábios.
A pele filtra desesperadamente o teu toque; em pus.
Um dos meus órgãos está a falhar.

Desde aquele dia,
Que temos a doença do século.
A febre que nos mantêm acordados sem saber o que fazer.

A minha voz rejeita-te entre dentes.
O meu corpo descobriu em silêncio o que eu recuso ver.
O meu amor, escondeu um brinquedo.

Tempos difíceis para uma hemodiálise.

Como estrangular alguém com anéis de Saturno.

Fomos nos costurando um ao outro,
Até eu deixar de ver o meu lado,
E tu o teu.

Chegaram a pensar que íamos deixar de respirar.
- Alguns tinham razão.
Promessas que nos prendem ficaram baças e ásperas.
- Como anéis de Saturno.
Alívio para nós chega quando um pára.

Visto de cima, parecemos sincronizados.
- Um ataca e outro evita.
A falta de oxigénio dá-nos a capacidade de ver no escuro.
Mas esquecemos logo do que é que vimos.

Se parares de tropeçar nas minhas cicatrizes
Prometo parar de cair para dentro da tua pele.

Saturday 12 July 2008

serpentes e escadas

O cancro, do cancro, do cancro.

Amanha por esta hora o cancro lambe-te o corpo.
Dos dedos dos pés até ao meio da tua testa,
preenchendo a tua pele gretada.
O vómito alimenta a esperança de um novo começo.

O cancro vai corroendo lentamente os cantos
do teu quarto, os teus amantes e amigos,
deixando-te a ti para ultimo.

Estás a ficar ansioso e empurras-te para a frente.
Rasgas a boca para conseguir engolir a meia-noite.
O teu corpo, esse reage, e passa a olhar para ti de outra maneira.

Água da torneira não te tira o sabor,
As facas da cozinha migraram lentamente para o teu quarto
E as agulhas deixaram de ser só para costurar.
Os outros deixaram de te fazer sentido.

Andar de mãos dadas também se mostrara ser sempre inútil.
Porque tu acabas sempre por fazer isto sempre sozinho.
Tens um cancro que nunca mais acaba.
E já não há heróis pequeninos nem testemunhas.
E quando cá estavam nunca foram de ter os olhos virados,
- Só para ti.

Raios ultra violentos esguicham de falos
Para a ponta da tua língua.
E tu vais interiorizando o sabor.
Eles são os teus novos amigos
e tu queres ardentemente que eles fiquem
- Até ao fim.

Mas não ficam.
O teu produto interno foi e será sempre bruto.
E magoa-nos a todos.
Mentes e escreves o teu nome em todo o lado,
Culpas-te por nunca teres sabido cativar macacos sofisticados.

O teu corpo está a pensar abandonar-te.
Chamas-lhe de “roedor” e “cobarde” e
Gesticulas, gritas e choras muito como uma má actriz.
Mas não desistes.

Abres as janelas e procuras o teu melhor ângulo,
Os astronautas mudos que vão vindo de carro.
Vão desfilando por cima de ti, como se fosses tapete vermelho
Mas o filme já é velho, e tu já não és “Óscar”,
- Hoje és “Maria”.

Tripas que eles exploram confiantes,
Há já tempo cederam de lugar ao teu coração.
Já ninguém sai contigo como antigamente,
agora passeiam-te de quarto em quarto.

E quando a solidão aperta,
Embebedas-te no teu lubrificante
E imaginas que não estás realmente a lutar sozinho.
O cancro, do cancro, do cancro.

Monday 7 July 2008

mentiroso

tenho lágrimas a acumularem numa cova entre as minhas mamas e tenho os teus soldados a escorrem pelas minhas pernas abaixo.

eu é que sou a porca.

origem

eu sou um homem dentro de um porco dentro de um porco dentro de um porco e a minha carne é a mais tenrinha e rosada de todas.

Monday 16 June 2008

Nem todas as mulheres querem homens e bebés.

Lactante disparo leite-veneno pastoso, das minhas mamas
que te entope as veias que nascem dos lábios, pele, cabelos e olhos.
provoco-te um aneurisma, e calo-te.
Sem remorso.

E

Num abrir de pernas:
homens, maridos, viúvos, rapazes, soldados, policias e ladrões
morrem sufocados como golfinhos confusos,
no crude seco do meu útero.

Sem qualquer remorso.

Friday 13 June 2008

doença profissional

Acorda e tem a certeza que não dormiu o suficiente.

Enquanto que vai fingindo felicidade que Deus e o sol do meio dia lhe prometeu,
arranja maneira de cortar todas as cebolas do mundo das zero ás zero
para os ricos não chorarem,
de fome.


De manha vai tomando duche ás prestações, como quem paga a prestação da casa do banco e do recheio
para refrescar o futuro suor, com que irá temperar as sopas nacionais-alentejanas e internacionais-alentejanas
que os outros comem, sem ela nunca sair do mesmo lugar.
sem nunca sair do mesmo lugar lá arranja maneira dos ricos crescerem para os lados
do calcio que lhe chupam dos ossos, e ela mingando para baixo.

As noticias e as novelas envelhecem na televisão e ela com eles.
de noite finge que precisa de despertador e de ninguém,
e beija os santos, os garfos, facas e os pratos antes de dormir.


A mãe da mão, da mãe da mão, da mãe da mão que alimenta os outros é minha.

Wednesday 11 June 2008

Silêncio

Ouçam-me porque sou importante.


Eu mudei a tua terra.

O tronco da árvore deixará de ser visto e pintado como um tronco nu de mulher;
Os ramos deixarão de ser longos cabelos castanho que cobrem mamilos.
O verde deixará de ser sinónimo de esperanças vazias e absurdas.


-Masculinizei a tua mãe natureza.


Troncos de árvores serão visto a partir de hoje como objectos fálico-falidos que cairam-expulsos do céu, como estrelas cadentes com propósitos concretos.

- Acabaram-se os desejos.

Funcionalismo:
- implica que as árvores deixaram de crescer de baixo para cima,
agora serão empurrados de lá de cima para baixo.

Glande substitui as raízes .

A boca da glande terá dentes que mastigam a terra,
até menstruarem:
petróleo e diamantes mais pretos que o preto-preto-pastoso-sangue.


Ouçam-me, porque sou importante.



Eu faço feng shui há tua natureza


Os ramos são agora pintelhos-teias que te prendem e te transformam a ti, em frutos.

- Não haverá pássaros nem anjos, só aviões.

Tu como agora és fruto, só irás ser solta, quando já estiveres mirrada e não prestares.

- Preocupa-te com os repteis e com os arranha-céus.


Os ventos sacodem-te para largares os abortos que caem como sementes,
para nascer mais uns quantos como nós.


Tatuaram-nos sémen no suor e falsificaram a nossa língua.
sempre que transpiro, multiplico-me.
sempre que te lambo, mordo-te.

Não há muitas diferenças entre o titã-Atlas e o homem-eu.

Ouçam-me porque serei sempre importante.
Ouçam porque somos perigosos.

Tuesday 27 May 2008

semente

Eu não tenho medo.

- Faço-te é o coração bater mais rápido.

Gatos e as suas curiosidades


Há qualquer coisa nas caixas das Pandoras que nos deixam sempre excitados. Deve ser das curvas, não achas?

Eu sou um insecto. Estou a observar me ao espelho. Observo todo o santo dia os meus rituais e anoto-os, compreendo-os, avalio-os por grau de necessidade e de desempenho.

Ainda não tenho o cabelo a cair, mas há zonas onde ele não vai crescer muito mais. Ainda não tenho surpresas. Sou demasiado elaborado para surpresas. Eu sou a piada que eles contam quando não conseguem mete-la dura. eu sou a piada que elas contam na padeiria nas segundas de manhã enquanto esperam pelo pão quente. Que se foda o corpo de Cristo quentinho. Eu sou o exemplo.

Digestão


Claro que só posso falar disto com vocês. Porque falar com vocês sobre possíveis quedas na bolsa, ou sobre futuros massacres ou sobre escandaleiras políticas que estão ai a virar na esquina será sempre um esforço inútil.

Não é que não queiram ouvir, não conseguem é ouvir. Não têm espaço para ouvir.

O roncar da fome dos vossos estômagos, o rosnar dos vossos sexos não deixa lugar para mais nenhum outro barulho. Desisto de fazer ruído.

A partir daqui tudo será importantíssimo, eu sei o que digo porque eu sou o teu neurocirurgião - da alma. Comer primeiro, falar depois.

Sputnik


Hoje devemos amar só as coisas permanentes como o sol e as estrelas e os satélites dos Americanos que forrados num plástico bonito, nunca desaparecem.

Odiar as estrelas cadentes pela vulgaridade da sua inconsistência. Temos de apontar dedos e acusar os inconsistentes; que raça filha da puta. Eles são os culpados dos nossos desejos falhados e dos desejos grandiosos gastos - neles. -- - Que raça filha da puta. A minha alma parece-me impossível; sonho americano esse, o de ter uma alma para trocar.

É melhor ter a devoção de um qualquer casado do que de nenhum. Não é mãe?

O processo de racionalização.


Mais de um milhão de calorias comidas e eu sem produzir nada.

A televisão embala-me com histórias sobre overdose em Oslo.

Eu estou cheio de sono, mas não tenho motivos nenhuns para ceder. Tu tens motivos para teres sono?

Explica-te. - És exactamente como eles, és um mentiroso.

O Vício.


Come,caga,come,caga,come,caga,come,caga,

- Caga

- Respira.

Não devemos tocar nos humanos. Nem por baixo da roupa nem por cima. Os progenitores rejeitam-nos. Não devemos alimentar pessoas que têm pena delas próprias.

come,caga,come,caga,come,caga,come,caga,

- Respira.

Não devem tocar nas pessoas que têm pena delas próprias. Vou dormir.

O Sistema solar.


De volta ao planeta terra:

Eu já não reconheço o meu próprio cheiro nas roupas sujas. As minhas unhas estão a crescer a um ritmo assustador. A minha pele está a escamar inflamada e o meu corpo ao engordar, rejeitando-me bocadinho a bocadinho.

De volta ao meu planeta terra dou um beijo na testa do meu poltergeist.

A guerra fria.


Vamos erguer muitos muros de Berlim.

As mentiras dadas às sextas-feiras, dão te asas e arrancam-te os pés do chão. Corrompendo-te os ossos ficando a menina, com eles ocos.

E agora é tarde demais para meteres as patas no chão.

Agora vives ai em cima onde ninguém te consegue escutar, foste escapando ao teu alto colesterol que te entupia. Mas agora ninguém te escuta as tuas utopias.

As mentiras são giras e vão te dando um tom saudável ás tuas bochechas mas por dentro não consegues respirar com coagulos-de-tretas nos pulmões.

As verdades alternativas deram-te asas compridas e balanço, para uivares para dentro dos teus próprios gritos.

A lua não te quis.

A formula.


Os números provocam-me:

Duas moléculas de oxigénio, uma molécula de hidrogénio como a do Sol. Somos todos mais leves que o ar. As pessoas que se cruzam comigo na rua , são mais baratas nesta altura do ano. Eu não te tenho conseguido foder nesta altura do mês.

Trinta e um, vinte e quatro, sessenta, sessenta. sessenta , sessenta. Seis, zero.

Nem mais um minuto para ti.

000000010000000

Eu arrisco morrer de cancro cada vez que escrevo coisas sobre ti, vossa tão implacável excelência. Cancro e banhos frios.

Nunca me dizes nada.- Sinto me mal por esperar por noticias tuas.

Eu não te tenho dito muita das coisas que eu tenho sentido ou pensado quando vou ás nossas sessões espíritas.

Eles acendem as velas e eu, vou pensando nos nossos futuros mecanismos românticos, aquecendo a cama.

3 LINHAS

Divido um comprimido em dois. Tomo-os por mim e tomo-o por ti.

Todos os corpos que vivem no outro lado da cerca são sempre mais apelativos que os nossos; - Saldos.

Saldos, não há nada que não possas fazer. Faz-me. Por favor. Mama-me , Chupa-me , Fode-me, Repete-me e veste toda a população pobre do nossos país com a roupa da Zara ou da Morgan.

Todos nós merecemos. Eu sei que eu mereço os nossos saldos de Janeiro.

DIA 19




Escolhe o teu disfarce preferido porque hoje vais ter de sair.

nada para ninguem


Eu não tenho corpo para cremares e não tenho olhos para comeres. Todo eu, sou um espelho. "- por isso", diz ele pensa bem no que dizes e como o dizes quando o fazes para mim.

Gostas do que vês? Gostas quando eu abano a cauda?

És ridículo, e claramente estúpido: duas linhas acima eu disse " eu não tenho corpo".

DIA 21


Basta de merdas e de maus anúncios.

Eu não consigo ter olhos; estes são os meus últimos dias. Eles querem me transferir de cela; ou mudar-me de universidade ou de curso ou de namorada ou de partido ou de pais ou de país ou de medicamentos ou de partido politico ou de circulo de amigos. Eles querem me trocar as cores das canetas para me baralharem.

Eu agarro me aos pontos de exclamação e os de interrogação. A minha caneta é laranja nasceu de um brinde do casino Estoril. As minhas veias são roxas e nasceram de uma foda muito mal dada.

Os meus olhos em caso de os ter seriam emaranhados por pequeníssimas veias capilares. Molhei os segredos com água salgada.

DIA22

Hoje estou com asma.

Ninguém consegue respirar agora, ela chegou.

Não sinto qualquer tusa animalesca por ti. Espero honestamente que não descubras; vou me ocupar para nunca me veres nu.

Cortar todas as árvores do mundo, rentinhas ao chão. Endireitar todos os disléxicos. Colorir os daltónicos; comer todo o pó e heroína com uma colher de plástico esterilizado.

...E pedir beijos que não me poderás dar. Inverter pilas, mete-las para dentro, guarda-las onde guardamos a apêndice. Empurrar o que resta dos olhos dos cegos para dentro com os dois polegares sincronizadamente. Para dentro e para fora, para dentro e para fora, por dentro e por fora.

Ampliar conas em casulos, morrer afogado em oxigénio e amor.

DIA 23 ou Baby i'm on fire


Hoje devemos amar só as coisas permanentes como o sol e as estrelas e os satélites dos Americanos que forrados num plástico bonito, nunca desaparecem.

Odiar as estrelas cadentes pela vulgaridade da sua inconsistência. Temos de apontar dedos e acusar os inconsistentes; que raça filha da puta. Eles são os culpados dos nossos desejos falhados e dos desejos grandiosos gastos - neles. -- - Que raça filha da puta. A minha alma parece-me impossível; sonho americano esse, o de ter uma alma para trocar.

É melhor ter a devoção de um qualquer casado do que de nenhum. Não é mãe?

DIA 24


Criar clones a partir de suspiros dados no espelho. Triste sina esta; tu não estás cá, tu não estás cá, tu não estás cá, tu não estás cá, tu não estás cá, tu não estás lá, eu não te quero cá.

Estou a ser aquecido por tecidos, líquidos, dermes, epidermes sintéticas. Nylons e tretas que não caberiam numa mala de viagem. A não ser cortada às postas com um machado.

Por mais banhos que tome, serei sempre o mesmo.

DIA 25


Por mais que tu preenchas esse buraco com sandes de doce com manteiga de amendoim, linhas de coca, chutos de heroína , homens ,poppers, mulheres, poppers, meninos , meninas , futebol, cerveja, vinho , coca cola, chocolate, shots no bairro alto, viagens em lowbudgets airlines; mais desapareces. A tua carne finalmente perdeu elasticidade. tu não prestas. população : 1- Cedeste; Tenta não levar tudo atrás.

eu estive aqui

Estou velho, enfio ampulhetas no cu.

Mascaro as impressões digitais na minha cara com sémen seco. Tento a regeneração patética enquanto me alimento da hemoglobina que sobra nas raspas do teu período menstrual. Tento tudo o que vejo nas revistas.

Sou uma velha cobra nocturna; vou te comendo os ovos quando não vês. Não te estou a conseguir engravidar. Vou te comendo os ovos, trincando o útero.

Depilo-me com os vidros que eu consigo reverter em areia. Tenho mesmo de parecer novo; assim disse-me Darwin.

Quando acabar com os teus ovos, vou comer crianças, mas só as virgens.

DIA 29


Eu sou um mau humano.

Pisar rebuçados e chupa chupas não é fácil. Vem ai o homem da gabardine escura mas limpinha, nós não falamos, nem depois de observarmos atentamente o que um e o outro tem para trocar.

Chegamos a uma conclusão silenciosa que não temos nada para a troca. É tudo aborrecido, é tudo repetido. XY -XY

Eu piso rebuçados e chupa chupas, com a facilidade de quem pisa vidro com os pés descalços. Vem ai o homem da gabardine limpa.

A glorificada tusa do mijo. A praia não quer nada comigo.

DIA 30


mau pedaço de carbono ---->mau aborto---->mau animal ----> mau humano ----> mau bisneto ----> mau neto ----> mau filho ----> má criança ---->mau aluno ----> mau em tudo---->mau amigo ---->mau melhor amigo ----> má foda ----> mau namorado ----> mau amor de alguma vida ----> mau trabalhador ----> mau consumidor ----> mau horóscopo ----> mau inimigo ----> mau mentiroso ----> mau fingidor ---->mau pagador ----> mau amante ----> mau doente ----> mau atleta ----> mau ganhador ----> mau perdedor ---->má visão ---->mau olfacto ---->mau de tacto ----> má língua ----> mau de ouvido ---->más memorias.

DIA 31


Não há nada a fazer a não ser, dar socos e socos no teu útero para acordar o monstro que não quer nascer.

Antes que tragam as lâminas e as máquinas de aspirar, prefiro dar socos e socos, para ressuscitar o monstro.

Não há muita coisa a fazer, a não ser parar de rezar.

DIA 32


Eu não sou levado a serio; nem eu nem este ganso castanho. Cães obesos ligados a meninos agoniados que por sua vez agarrados ás saias das mãezinhas; mamãs sem espinha vertical num parque público.

As meninas essas, sempre mais espertas; fogem dos papás. Vão atrás dos pombos mal nutridos.

As crianças estão super-nutridas, cagam pepitas de chocolate que embrulhadas ainda vão alimentar famílias num mundo que assiste ao filme lá muito atrás onde o som não chega nem nunca vai chegar.

As cores chegam até mim muito berrantes hoje e eu ou finjo que leio ou finjo que espero por alguém neste admirável mundo novo.

Dia 34


Os dias cobardes do meu amor;

- Cobarde.

Dia 35


O que esperas de mim? Demoraste tanto tempo para fazeres a tua primeira tentativa. Mas isto não e um jogo. Eu não sou um jogo. E se eu fosse um jogo, ninguém sai daqui vivo. Mas eu não sou um jogo.

Entretanto o mijo que vai caindo em cascata por cima dos meus pés recorda-me da cor dos meus sonhos. - Os meus sonhos dourados.

Está tudo vazio agora. Sem nada.

Dia 36


Esperei que não te fosses embora. Eu tinha mais para te oferecer. Tenho a sensação que e isso que esperas de mim, oferendas. Abres-me ao meio e esperas coisas.

Lembro-me da primeira vez em que eu me esporrei todo dentro de ti. Mas tu vomitaste tudo para fora, como uma bulímica nervosa.

Sujamos a minha cama, e foste deixando uma trilha ate a porta da rua.

-Não sinto muito a tua falta.

Dia 37


Custa-me a respirar. Fundo. Parece que os meus pulmões sofrem de ataques de histeria e não conseguem mesmo ir ao fundo de qualquer coisa.

Abro a boca o máximo que consigo mas só consigo engolir uma quantidade mínima de oxigénio o suficiente para me fazer ir de A a B sem adormecer ou mentir-te pelo caminho.

Não sei porque te digo isto tudo, tenho sentido cada vez mais uma estranha incapacidade de confiar. Mais do que o normal, percebes.

Eu desconfio de toda esta gente que partilha o mesmo coma que eu.

Será isso que esperas de mim, O inventario dos danos infligidos?

Dia 38


- As tuas amigas, com que fugiste, são obesas.

Eu poderia ter ido nessa viagem, escondido numa delas.

As tuas amigas não tem alma, elas comem tudo.

Mas quem sou eu para te hoje manter aqui?

Dia 39


Hoje Esteve bastante vento dentro de casa.

Tu respiravas e eu inspirava; ias tranquilizando a tua culpa em cima do meu corpo.

Tu arrastavas-te e eu prolongava-me. Promovia-nos.

- Tu compreendes. Com ou sem amor, com sem o teu amor.

- Tu percebeste o que eu quero dizer.

Se pele jamais conseguiras existir.

Estas coisas nesses dias não passaram despercebidas por mim.

- Queres tentar parar por aqui?

Dias compridos esperam por ti.

Dia 40


Estou a tentar manter um diálogo construtivo – de cronologia linear especialmente para ti.

Peça a peça.

Tu movimentas um peão eu movimento outro peão.

Acho que só quando um dos dois chega ao final do tabuleiro, poderá:

- Ambicionar em cortar as amarras

- Quebrar os circulos,

- Arredondar os cubos

- Modificar o pi.

- Anular promessas

Educar amantes .

Dia 41

Viciar o vicio.

Dia 42


Hoje conspirei em modificar-lhes o código genético enquanto ele-ela dormem - Descansados. Também pensei em demolir monumentos erguidos em - nada.

Quebrar a barreira do som e do choro. O ultimo movimento do corpo e para ganhar o jogo, mas ninguém ganha enquanto um dos dois salivar néon.

Nao digo mais nada aqui de muito importante porque tenho a sensação de que estou a ser seguido quando me movo,

ou que estou a ser ouvido de longe quando estou parado. Prometo que não vou conspirar mais. Prometo.

Dia 43


A nudez ira sempre ser o melhor disfarce de todos.

-O nu tornou-te invisível, mas as gotas de suor que contornavam o teu corpo, deixavam-te vulnerável, visível. Os fluidos criaram as linhas, as linhas que tu pisaste.

Nota mental:

pensar em disfarces e em mecanismos de contra espionagem.

Nunca mais voltar a tomar medicamentos; confiar nos médicos nem nos carteiros; policias ou vizinhos recentes ou de amigos de longa data.

Dia 44


Hoje pergunto-me o porque de tu voltares aqui. Porque e que ainda aqui estas? Pagina a pagina estas a chegar pela primeira vez ao ponto de partida e Isso e obvio para todos Tu consegues comprar me, mas nunca me iras perceber.

E se as flores do mal de que tanto se falou, fosse toda a parte não-espiritual que compõe a da tua cona?

Ainda assim achas que cheiravas bem?

- Para sempre?

Dia 45


Faças o que fizeres, não me acordes.

Não há “amo-tes” a separar episódios

Dia 46

Não tens nada para te distrair, e todos os sons te parecem iguais por mais que penses todas as tuas equações provocam o mesmo resultado; - Final.

Mas isto eventualmente vai ficando sujo e vêem pessoas a correr para comer a pele seca que ficou esquecida nas alcatifas que queimavam os nossos joelhos, no inverno e no verão.

- Parece que finalmente estou a começar a fazer algum sentido.

Tu não olhes para mim como se eu fosse um mimo partido, ou algum outro brinquedo com o céu-da-boca adormecido. Já não tenho espaço para formular desejos esquisitos. Eu sou uma obra de arte e isto esta a ficar tudo estupidamente repetido.

Dia 47

Neste dia não pensaste bem em nós,

Fomos ficando lentamente com os olhos fechados e com as mão atadas a compromissos.

Enquanto isso no quarto, os nossos linguados, faziam-nos ignorar o reflexo de vomitar. Engastávamo-nos mas não vomitávamos.

Tu queixavas-te sempre que estavas no lado errado do caralho; E eu dizia que um dia seria o martelo em vez do prego.

Tínhamos ao que parecia uma fobia conjunta em viver, juntos.

Estava tudo fora do lugar.

Mas nós prestávamos atenção á luz, ela por sua vez ia nos fazendo o favor de nos manter surdos.

Dia 48


O dia em que as moscas se metamorfaram em homens.

Não todas ao mesmo tempo - mas por turnos.

Dia 49


O que eu queria era acordar no outro lado da cama. Usar-te mas metodologicamente ao contrário. Nada me faz andar mais rápido do que ver-te ai parada, sem nada.

Queria usar a tua pele, mas ao contrário; dava tudo para que o teu coração salta-se aquela importante pulsação.

Eram sete e trinta da manha quando eu acabava de memorizar as tuas pestanas.

O meu PIB é maior que o teu.

Dia 50

Os cães estão a ladrar por ti.