Sunday, 18 October 2009

Antes que eu me apague

Preciso de escrever qualquer coisa
Ou a ponta dos meus dedos
Explodem dentro da minha boca.

Nao tenho hipotesse nenhuma
De escapar pela calada
de um foi nada.

Doi, mas sabe bem.
Doi, mas tem de ser.
Doi, porque te doi.
Doi, porque nao sabes
dizer que nao-doi.
e realmente nao Doi.

A minha coluna vertebral
nao me percebe nada.

Nao doi nada.
Porque nao estou aqui.
Estou ali, ali.








ali










Aqui outra vez.













Estou por todo o lado.

Nasce e morre outra vez
senhor Issac Newton.

As minhas moleculas nao sao redondas.

Sao placas, e vao escamando.
Como penas de um grande passaro.
Como o maior passaro
de todos os passaros
que cabem no espaco.

Se nao ha luz, nao vale apena abrir os olhos.

Nasce e morre outra vez
senhor Issac Newton.
Nada me cai das maos.

A minha coluna vertebral
protegeu
demasiado os meus nervos,
e sufocou os impulsos
electricos
com as suas grandes luvas brancas
de borracha.

Oh minha queria mae.

Construir e estilhaçar-me ,
sao coisas que me fazem rir.

Desculpa mae.

Amanha nao sei como vai ser.
Eu sou a minha propria embaixada
que cerco com a policia.
Eu sou o meu proprio politico e ladrao
que mando castigar com a minha propria justiça.
Eu sou o meu proprio povo sonambulo
que se recusa a levantar
e ir realmente embora daqui.

Continuo a ter a mesma hipotesse
de eu dia escapar pela calada.
Nada. Nada. Nada.Zero.Light.

A minha lingua encolhe
uma mao cheia de beijos por dia.

Agora pensa nisso:
Se nao tas aqui agora,
amanha podera ser demasiado tarde :

aqui

e ali, e ali .
Ups, cai e nao cai.
Mas estou outra vez aqui.

Na minha carne, as manchas claras
explicam mais do que as nodoas negras.
Se houver uma luz, 'e sempre melhor fechar os olhos.

Doi, mas sabe bem.
Doi, mas tem de ser.
Doi, porque nao te doi.
Doi, porque nao me doi.

Nao sei mais nada sobre mim.

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