Friday, 13 June 2008

doença profissional

Acorda e tem a certeza que não dormiu o suficiente.

Enquanto que vai fingindo felicidade que Deus e o sol do meio dia lhe prometeu,
arranja maneira de cortar todas as cebolas do mundo das zero ás zero
para os ricos não chorarem,
de fome.


De manha vai tomando duche ás prestações, como quem paga a prestação da casa do banco e do recheio
para refrescar o futuro suor, com que irá temperar as sopas nacionais-alentejanas e internacionais-alentejanas
que os outros comem, sem ela nunca sair do mesmo lugar.
sem nunca sair do mesmo lugar lá arranja maneira dos ricos crescerem para os lados
do calcio que lhe chupam dos ossos, e ela mingando para baixo.

As noticias e as novelas envelhecem na televisão e ela com eles.
de noite finge que precisa de despertador e de ninguém,
e beija os santos, os garfos, facas e os pratos antes de dormir.


A mãe da mão, da mãe da mão, da mãe da mão que alimenta os outros é minha.

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